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O prazer na morte

Notas de Psicanálise e Filosofia

 

 

 

Sabe-se que dentre as inúmeras manifestações da sexualidade existe o prazer pela asfixia.

A esganadura, seja com as mãos ou outros objetos, cessa o ar.

Sem ar há vida?

Oxigenamos para oxidarmos?

Asfixiamos para repousarmos?

O fato é que as pessoas que se valem dessa atividade sexual sentem prazer ao serem esganadas ou asfixiadas por outros meios, a ponto de não parecer tão incomum acidentes com mortes.

Por quê há esse prazer?

As máscaras da pandemia podem ser relacionadas com esse mecanismo sexual?

Analisemos...

O prazer parece se originar da ausência do oxigênio.

Um corpo sem oxigênio é um corpo desligado.

Um corpo com oxigênio é um corpo em sofrimento.

O morto não sente dor, é o vivo que sente.

As drogas e os vícios em geral são pequenas mortes. Ou pequenos prazeres?

Observemos mais um pouco o ato de diminuir a oxigenação no corpo humano.

O que ocorre imediatamente ao se retirar o obstáculo da respiração?

Podemos chamar de uma sensação de prazer?

O sangue sem o ar não é nada?

Nosso sangue está ligado ao ar, nós estamos ligados à Natureza.

Respire fundo...fuuuuuuuuunnnnnnndddddddddddooooooooooooooo....mais uma vez: iiiinnnnsssspiiiiiiiiira...e eeeeeeexxxxxxxxppppppppiiiiiiiiiiiiiraaaaaaaa...

Um corpo desligado é um corpo sem dor, mas também sem prazer.

O morto não sente prazer, é o vivo que sente.

Coloque a máscara e tire o prazer.

Tire a máscara e tire a dor.

Repita.

Coloque a máscara e tire o prazer.

Tire a máscara e tire a dor.

Repita.

Coloque a máscara e tire o prazer.

Tire a máscara e tire a dor.

Repita.

...

e assim, sucessivamente, tira-coloca, tira-coloca, tira-coloca...

Instaura-se um ciclo. E o gozo se prende na repetição.

Observe e questione: sem o ciclo há prazer?

O normal, o cotidiano, o respirar naturalmente, dá prazer?

Basta esquecermos que nossa respiração estava impedida para esquecermos do prazer e da dor no ciclo do tira-coloca a máscara?

O respirar normal, em um corpo saudável, não dá prazer, nem dor. O respirar normal não altera nossas sensações ou percepções. Sentimo-nos "normais", no "meio". Não nos extremos: dor e prazer.

Agora deixe-me te perguntar: você consegue relacionar o mecanismo dos vícios com a presença e a ausência das substâncias e das frustrações?

Prazer e dor são oscilações. Hábito, benéfico ou maléfico para o ser, é tentativa de constância em um universo em que a regra da natureza é a perpétua mudança...

Feitas estas observações, observe agora a sociedade como um organismo, assim como o seu corpo.

Observe os hábitos da sociedade.

Existem repetições?

Quais são elas?

Podemos dizer, independente de se discutir eficácia ou não, que o tira-coloca máscara é uma repetição?

As máscaras nos fazem nos sentirmos presos?

As máscaras criaram vícios?

Qual terá sido a sensação das pessoas enquanto obrigadas ao uso das máscaras?

Quando a população puder retirar as máscaras, qual será a sensação geral?

Se a economia estiver ruim vai pelo menos ser possível dizer que podemos respirar?

Respire fundo...fuuuuuuuuunnnnnnndddddddddddooooooooooooooo....mais uma vez...iiiinnnnsssspiiiiiiiiira...e eeeeeeexxxxxxxxppppppppiiiiiiiiiiiiiraaaaaaaa...

Viu? Não? É isso: esse texto não expõe conclusão, apenas te provoca a refletir sobre você e o mundo em que está habitando...a conclusão é sua...

Lembre-se de sua mortalidade para bem empregar seu tempo



Memento Mori, Carpe Diem

 

16/07/2021

 

Rafael Augusto De Conti,

uma influência corruptiva.

Filósofo e Advogado

 

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Autoria (16/07/2021) e Gestão: Rafael De Conti, Filósofo e Advogado, OAB/SP 249.808, Sociedade OAB/SP 19.120

 

 

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